Curso de prevenção e posvenção do suicídio em Guaxupé/MG
Sintomas e tratamentos

Curso de prevenção e posvenção do suicídio em Guaxupé/MG


AADG realiza curso de prevenção e posvenção de suicídios
 
O tema pouco abordado auxilia a identificar e tratar de pessoas cujas vidas são ameaçadas pela possibilidade de suicídio

Nas tardes de sábado e domingo, dias 9 e 10, a AADG ministrou aulas teóricas a respeito do diagnóstico de possíveis suicidas, o tratamento, prevenção e posvenção deste distúrbio psicológico. Pouco abordado, o assunto causa polêmica e divide opiniões. No curso foram esclarecidos pontos chaves, além de estabelecer os mitos e paradigmas que envolvem este tipo de doença, além de debates entre a psicóloga Karen Scavacini, de São Paulo, e os alunos. Trataram-se também as questões de internação em casos de risco iminente de suicídio e o apoio psicológico, não apenas aos suicidas, mas também aos familiares que perderam entes queridos desta forma e que, muitas vezes, sofrem com a falta de entendimento, externando hostilidade, medo, frustração e raiva quanto ao assunto.

O suicídio pode acontecer independente da idade ou nível social da pessoa e pode ser desencadeado pelos mais diversos fatores. Hoje em dia, houve um alto crescimento nos índices de suicídio no Brasil, aumento este de 55% do período de 1998 até 2008, segundo informações da psicóloga, e, na grande maioria das vezes, as reprimendas em relação ao paciente suicida somente servem para piorar cada vez mais seu quadro, por isso é importante que se saiba como lidar com este individuo pois com pequenas atitudes talvez seja possível salvar uma vida.

“O que nós buscamos com este curso é quebrar um tabu que existe e promover a conscientização em relação aos motivos que levam as pessoas a isto, os fatores e as intervenções possíveis. Na maioria das vezes, o suicídio vem em decorrência de uma depressão não tratada, pelo fácil acesso aos meios como armas, venenos e remédios”, explicou. O suicídio é multifatorial, podendo ser fruto de imposições culturais, pressão social, econômicas, transtornos psiquiátricos. Muitas vezes os motivos desencadeadores são confundidos com o fator que, de fato, levou a pessoa a realizar esta ação, por exemplo, dizer que o indivíduo ser matou porque perdeu o emprego; no caso, o que acontece é que a perda do emprego desencadeou uma coisa, mas o motivo mesmo já existia. “É natural pensar em suicídio, mas quando este é um pensamento muito persistente o melhor é procurar ajuda. Ele é o ato mais radical de desespero, quando não se tem mais esperança de nada. Para a pessoa que quer se matar, o suicídio não é visto como um problema e sim como uma solução”. Na maioria das vezes, os sinais de que a pessoa vai cometer suicídio são claros. Um dos grandes mitos é o de que “quem fala não faz”, portanto, quando uma pessoa começa a fazer muitas perguntas sobre morte, falar sobre não estar mais ali e coisas do gênero, o melhor a fazer é perguntar abertamente se ela está pensando em se matar. Este é o primeiro passo para ajudar alguém nessa situação.

Na pósvenção, tanto para o indivíduo que tentou se matar quanto para os que perderam algum ente querido através do suicídio, a ajuda ainda é muito rasa. Devido ao crescimento de incidências nesta natureza nos últimos anos, este deveria ser um problema de saúde pública, porém, não existem políticas específicas suficientes para oferecer o auxílio necessário nestes casos. Desta forma, o curso vem para abrir os olhos das pessoas em relação ao tema e desmistificar determinadas coisas referentes ao seu diagnóstico e tratamento.

Para José Hércules Ernesto, aposentado que participa do Conselho de Ação Social, ajuda na Creche Serafina Stampone e no Instituto da Criança e Adolescente, o curso veio em boa hora. “O curso foi uma novidade. É um assunto muito pouco falado e que ninguém gosta de falar. Veio para trazer uma semente para que se comece a falar mais sobre isto e quem sabe até criar grupos de ajuda aqui porque não existe nenhum. Temos a intenção ainda de aplicar estes conhecimentos durante as sessões na Terapia Comunitária”, disse.

Para Nadja Vilela dos Santos, psicóloga de São Paulo: “O curso é de muita importância tanto para contribuir com a nossa formação profissional quanto para o nosso crescimento pessoal, enquanto é algo que todos nós podemos sofrer e aqui é trazido para nós com um novo jeito de olhar”, afirmou.

Após o término do curso, os participantes receberam o certificado no domingo e tiveram um belo momento de confraternização. (Aila Cecília)

Fonte: http://www.jornaljogoserio.com.br/noticias-de-guaxupe/1378-aadg-realiza-curso-de-prevencao-e-posvencao-de-suicidios





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