Como se origina?
Antigamente acreditava-se que o pé de atleta era originado por picadas de insectos, mas actualmente sabe-se que esta condição é devida a uma infecção por um fungo pertencente à família dos dermatófitos, sendo o principal implicado o Tricophyton rubrum. Os mais comuns, para além deste, são o Tricophyton mentagrophytes e o Epidermophyton floccosum.
Estes microorganismos formam extensões que infectam a camada mais superficial da pele, ou seja a epiderme e, uma vez que à pele dos pés, ao contrário de outras áreas do corpo, faltam os “óleos” protectores que limitam o crescimento destes fungos, eles vão desenvolver-se sem restrições. Em resposta a este crescimento a camada basal da epiderme produz mais células que o habitual, o que vai ter como consequência o espessamento e a descamação aumentada da pele. Assim, quanto mais o fungo se espalha maior é a descamação cutânea.
Como se manifesta?
Os sinais e os sintomas desta condição podem ser muito diversos, no entanto, é pouco provável que a pessoa afectada evidencie todos:
- Comichão intensa, picadas e ardor entre os dedos, particularmente, entre o 4º e o 5º dedos;
- Comichão, picadas e ardor na planta dos pés;
- Pele dos espaços interdigitais gretada, com bolhas ou a descamar;
- Mau odor;
- Espessamento da pele;
- Unhas amareladas e baças, espessadas, irregulares e quebradiças, caso a infecção as tenha atingido.
Quais as complicações possíveis?
A infecção fúngica pode criar um ambiente que proporcione uma infecção bacteriana secundária: ao produzir substâncias antibióticas o fungo elimina as bactérias inofensivas que existem na pele, favorecendo o crescimento de bactérias mais resistentes.
Caso isto aconteça poderá haver necessidade de associar ao tratamento antifúngico um antibiótico oral.
Como se diagnostica?
O médico irá querer saber quais os sintomas e certos hábitos ou estilos de vida que tornam mais provável o desenvolvimento do pé de atleta, como a utilização de instalações desportivas públicas, nomeadamente piscinas, balneários, etc. Para além disto, irá inquirir sobre o tipo de calçado que habitualmente é utilizado, uma vez que certos tipos de calçado estão mais vezes implicados, como é o caso do calçado muito apertado, calçado de plástico, etc.
Geralmente, o médico identifica esta condição, simplesmente, pela inspecção dos pés da pessoa afectada, mas pode, caso ache necessário, confirmar o diagnóstico raspando alguns pedaços de pele de uma área de descamação para uma lâmina e observar ao microscópio, o que permite visualizar o fungo.
Como se trata?
O tratamento faz-se, normalmente, numa primeira fase, através do recurso a antifúngicos tópicos (aplicados localmente), aplicação esta que pode ser necessária por várias semanas. Eis alguns exemplos das opções possíveis, algumas das quais de venda livre:
Miconazol (Daktarin®);
Cetoconazol (Nizoral®, Tedol®);
Econazol (Pevaryl®);
Clotrimazol (Baycuten®, Canesten®, Lotremine®);
Sertaconazol (Dermofix®, Sertopic®)
Terbinafina (Lamisil®)
No caso de pacientes com pé de atleta à muito tempo ou com muitas recorrências, a medicação tópica pode não ser suficiente, uma vez que promove apenas algum alívio sintomático sem, no entanto, curar a infecção. Neste caso os antifúngicos orais podem ser mais eficazes mas, mesmo assim, não é certo que não haja recorrência. Temos várias opções terapêuticas, sendo que a griseofulvina (Grisovin®, Fulcin®), antigamente a mais utilizada, está hoje em dia em desuso em virtude do aparecimento de novas opções, uma vez que não só implicava uma toma muito prolongada (muitos meses ou mesmo mais de um ano) como também apresentava diversos efeitos adversos, nomeadamente cefaleias
, problemas gastrointestinais, alterações sanguíneas e alterações da função do fígado. Assim, actualmente, as novas alternativas incluem: Itraconazol (Sporanox®);
Fluconazol (Diflucan®, Reforce®);
Terbinafina (Daskyl®, Lamisil®).
Mas mesmo estas opções não são inócuas, sendo que apresentam também diversos efeitos adversos e interacções com outros medicamentos.
O que esperar?
A resposta ao tratamento demora, geralmente, várias semanas ou mesmo meses e, mesmo após tratamento médico adequado a infecção pode, facilmente, recorrer, se houver novamente exposição ao fungo e a condições propícias ao seu desenvolvimento. É por esta razão que, muitas pessoas sofrem desta infecção de modo persistente ou recorrente por muitos anos.
Assim, o sucesso do tratamento requer, muitas vezes, para além da medicação, a modificação dos hábitos de higiene dos pés, bem como do tipo de calçado que se usa, tendo que se ter ainda em atenção certas medidas de prevenção para que a infecção não esteja sempre a recorrer.
Como se previne?
A prevenção é tão importante como a medicação no tratamento desta infecção em virtude da elevada frequência de recorrências. Em termos gerais, pode-se prevenir o pé de atleta mantendo os pés secos e limpos, o que passa, nomeadamente, pelas seguintes medidas:
Lavar os pés cuidadosamente todos os dias e usar um par de meias limpo após o banho diário;
Secar bem os pés, dedo a dedo, tendo especial atenção às áreas entre eles (espaços interdigitais), após tomar banho ou nadar;
No caso de se utilizar equipamentos públicos como piscinas ou chuveiros, deve-se ter o cuidado de usar chinelos ou sandálias para prevenir a exposição dos pés ao chão contaminado pelos fungos;
Deve-se dar preferência aos sapatos de pele em alternativa aos de “plástico” (sintéticos), uma vez que a pele permite ao pé “respirar” melhor e, assim, manter-se seco com mais facilidade;
Deve-se usar meias que sejam 100% algodão;
Se possível deve-se evitar usar o mesmo par de sapatos dois dias seguidos, isto é, deve-se dar um intervalo de pelo menos 24 horas entre utilizações para permitir ao calçado arejar e secar;
Deve-se evitar emprestar os sapatos e, do mesmo modo, evitar utilizar calçado emprestado.
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