Rafinha Bastos faz Apologia ao Estupro
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Rafinha Bastos faz Apologia ao Estupro



"Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia pra caralho." 

O humorista Rafinha Bastos está no palco de seu clube de comédia, na região central de São Paulo. 

É sábado e passa um pouco das 20h. Os 300 lugares não estão todos ocupados, mas a casa parece cheia. 

Ele continua o discurso, finalizando uma apresentação de 15 minutos. "Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade." 

Até ali, o público já tinha gargalhado e aplaudido trechos que falavam sobre como cumprimentar gente que não tem os braços, o que dizer para uma mulher virgem com câncer, e por que, depois que teve um filho, Rafinha passou a defender o aborto. 

O gaúcho de 34 anos, 2 metros de altura, astro da TV, não está emplacando sua anedota sobre estupro. Os risos começam a sair tímidos e os garçons passam a ser chamados para servir mais bebida. Rafinha aparenta não se dar conta de que algo ruim está acontecendo. Em vez de aliviar, ele continua no tema.

"Homem que fez isso [estupro] não merece cadeia, merece um abraço." Em vez de rir, uma mulher cochicha para alguém ao lado: "Que horror".

Desde que passou a apresentar o programa CQC (Custe o Que Custar) , na Rede Bandeirantes, em 2008, seu nome não para de ganhar popularidade. Hoje ele vai ao ar em rede nacional duas noites por semana. Às segundas-feiras, aparece comentando o noticiário de forma irônica no CQC. Às terças, é um dos repórteres de A Liga, baseado em jornalismo investigativo e de grandes temas (obesidade, condições das cadeias, drogas, entre outros). Nestes três anos, comprou um apartamento, teve um filho (Tom, hoje com 6 meses), ficou sócio de um bar, abriu um clube de comédia com o também humorista e colega de TV Danilo Gentili e acaba de lançar o DVD A Arte do Insulto, com o show de stand-up que o deixou famoso no circuito teatral paulistano - em 20 dias, a vendagem ultrapassou 15 mil cópias. A cereja do bolo veio com o carimbo do jornal norte-americano The New York Times, que o cravou como o homem mais influente do mundo no Twitter.

Parece que as coisas vão bem para Rafinha Bastos. Ainda mais se lembrarmos que o esporte preferido dele é incomodar. Seus textos versam geralmente sobre preconceitos e termos politicamente incorretos.

Durante os poucos minutos de suas apresentações, é possível passear por um rosário de sacanagens em cima de gordos, carecas, deficientes, cidadãos de Rondônia, judeus, golfinhos e pagodeiros...
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