Hoje, Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, não quero deixar de salientar o facto de ser entre a população LGBT jovem que se encontra o maior risco para a ocorrência de suicídio, não se encontrando em funcionamento no nosso país qualquer departamento de saúde, de acção ou aconselhamento social que possa ser de ajuda para estes jovens e para as suas famílias.
É entre a camada da população jovem de orientação LGBT que se verifica um potencial para o suicídio deveras assustador, em que as probabilidades de recurso ao suicídio são até quatro vezes mais elevadas se comparadas com jovens heterossexuais dentro dos mesmos escalões de idade (entre os 13 e os 25).
Um estudo realizado em 2009, “Family Rejection as a Predictor of Negative Health Outcomes” liderado pelo Dr. Caitlin Ryan e conduzido como parte do “Projecto de Aceitação Familiar da Universidade do estado de S. Francisco” mostra que a probabilidade de uma tentativa de suicídio é 8,4 vezes superior entre os adolescentes rejeitados pelas suas famílias pelo facto de serem LGBT.
De salientar ainda o facto de que para cada suicídio efectivamente consumado por um jovem, se estimar que são feitas entre 100 a 200 tentativas de suicídio não registadas (2003 Youth Risk Behavior Surveillance Survey).
O suicídio entre esta camada da população tem origem essencialmente na rejeição familiar e social a que estes indivíduos estão sujeitos, mas não é o único problema. A rejeição está também na base de outros problemas de saúde sérios do foro psicológico e físico sendo que entre estes jovens se verifica também uma enorme apetência para consumo de substâncias químicas, álcool e tabaco.
É urgente que a sociedade em geral e as famílias em particular sejam educadas e ajudadas a lidar com os seus filhos LGBT para que o estigma e a rejeição possam ser verdadeiramente ultrapassados.