Você pode ter zika sem saber: só 1 em cada 5 pessoas manifesta sintomas
Sintomas e tratamentos

Você pode ter zika sem saber: só 1 em cada 5 pessoas manifesta sintomas


A confirmação de que o vírus zika está relacionado com a microcefalia (má-formação do cérebro) em bebês e pode aumentar as chances de doenças neurológicas em adultos vem causando preocupação na população. 
O zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite também os vírus da dengue e da febre chikungunya, e tem também sintomas parecidos com o da dengue, mas intensidades diferentes. No entanto, apenas 20% dos infectados apresentam os sintomas. 
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil já confirmou ao menos 404 casos de microcefalia em 9 Estados este ano, além de investigar outros 3.670 casos suspeitos.
Não há dados exatos do total de casos de zika no país, já que a doença não apresenta sintomas na maioria dos casos. Mas estima-se que ao menos 500 mil pessoas foram infectadas com o vírus no país em 2015.
"Apesar de ser transmitido pelo Aedes aegypti e ter reações parecidas com o vírus da dengue, o zika vírus é diferente na sua estrutura biológica e por isso é possível que haja comportamento diferente no organismo para que cause a má-formação", afirma Arruda.

Diagnóstico 

Ainda não há kits de diagnóstico para o zika no sistema público. A Anvisa liberou no início de fevereiro o registro de dois testes de laboratório que possibilitam a detecção dos vírus da dengue, chikungunya e zika com apenas um exame, e um terceiro que pode verificar a presença do vírus em amostras biológicas em estudo.
O governo brasileiro pretende distribuir esses testes para 29 laboratórios credenciados a partir do final de fevereiro, conforme informou o ministro da Saúde, Marcelo Castro.
Por enquanto, o diagnóstico é feito normalmente pelos sintomas (clínico). O método, no entanto, é impreciso visto que dengue, zika e chikungunya têm sintomas muito parecidos. Para confirmar, é possível realizar o exame que identifica o material genético do vírus no sangue dos pacientes. Contudo, esse exame é caro, demorado e restrito, pois só é capaz de detectar o vírus até o 5° dia de sintomas.

Saiba mais sobre zika e microcefalia


Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

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O que é o vírus da zika?

A zika é um vírus da família Flaviviridae, do gênero Flavivirus, transmitido pela picada no mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite os vírus da dengue e do chikungunya. Há duas linhagens da zika, uma de origem africana e outra de origem asiática, a última predominante no Brasil

Getty Images

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Quais são os sintomas da zika?

Apenas um em cada cinco pessoas contaminadas apresentam sintomas, e quando eles surgem são praticamente os mesmos que os da dengue: febre, dores e manchas pelo corpo, olhos vermelhos e diminuição no número de plaquetas no sangue. Na zika, a vermelhidão e as manchas no corpo são mais acentuadas, na dengue as dores no corpo costumam ser mais fortes e no chikungunya há fortes dores articulares

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A zika é passada pelo sexo? 

A transmissão principal do vírus é pela picada do mosquito Aedes aegypti. Mas, houve não só a identificação do vírus no sêmen como os EUA registraram um caso de uma possível transmissão por relação sexual por uma pessoa que contraiu o vírus em viagem à Venezuela. Estudos estão sendo feitos para comprovar esse tipo de transmissão, mas, enquanto não há provas cientificas os EUA pediram o uso de preservativos ou a abstinência sexual às pessoas que vivem ou tenham viajado recentemente para regiões com circulação do vírus

Marco Antonio Teixeira / UOL

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Zika é transmitida pela urina e saliva?

Um estudo feito pela Fiocruz detectou a presença do vírus ativo, ou seja, com potencial de infecção, na saliva e urina em dois pacientes com sintomas compatíveis com a doença. A transmissão, no entanto, ainda não foi confirmada. A pesquisa sugere que outras formas de transmissão precisam ser investigadas.

iStock

5

Tem tratamento para a zika?

Não. Assim como na dengue, os sintomas são tratados com remédios para dor e para diminuir a febre, já que os sintomas somem em sete dias, em média

Venilton Kuchler/ANPr/Divulgação

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Como prevenir a zika? 

Elimine focos de água parada em casa e no trabalho, onde as larvas do "Aedes aegypti" crescem e viram mosquitos. Use mosquiteiros, calças e mangas compridas em locais com muitos mosquitos e permita a entrada de agentes da vigilância sanitária para destruir focos com inseticidas e larvicidas

Moacyr Lopes Júnior/Folhapress

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Já tive dengue. Tenho menos chance de ter zika?

Por serem vírus diferentes, há relatos de pessoas que contraíram tanto a dengue como a zika. Até o momento, os cientistas acreditam que o humano não fica imune à zika depois de contrair dengue. Ainda não se sabe se a pessoa se torna imune ao vírus após contrair a doença uma vez

Edson Silva/ Folha Imagem

8

Existe uma vacina contra a zika?

Por enquanto não. O processo para a criação de uma vacina é muito longo e pode levar anos. Brasil e Estados Unidos fecharam um acordo para acelerar a produção de uma vacina conjunta contra o vírus da zika. Mas, no cenário mais otimista, o produto estará no mercado somente em três anos.

Thinsktock

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Crianças e adultos com zika podem sofrer sequelas neurológicas? 

Ainda não se sabe. Já foi comprovada que a infecção pela zika em gestantes tem associação com casos de microcefalia. Cientistas suspeitam que o vírus possa atingir o sistema neurológico, aumentando o risco de doenças autoimunes como a síndrome de Guillain-Barré

Shutterstock

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Há exames que comprovam a zika? 

O exame mais utilizado para diagnosticar a zika é o PCR (Reação de cadeia de polimerase), usado para detectar dengue no material genético e que pode indicar zika por exclusão. Neste exame, a zika só é detectada em até cinco dias após a contaminação. O teste no entanto é caro e restrito. A Anvisa liberou em fevereiro o registro de dois exames que permitem detectar com apenas um teste os vírus dengue, chikungunya e zika

Reprodução/Ministério da Saúde

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Os casos de microcefalia estão relacionados com vacinas? 

Boato. De acordo com a Sociedade de Pediatria de São Paulo, as vacinas de rubéola nunca são aplicadas em gestantes. Nenhuma vacina aplicada em gestantes contém vírus ou agentes vivos, segundo o Ministério da Saúde

Guga Matos/ JC Imagem/ AE

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O aumento de casos de microcefalia no Brasil é causado pelo vírus da zika?

O Ministério da Saúde confirmou a associação entre o vírus da zika e o surto de microcefalia na região Nordeste, após resultado de exame de um bebê cearense, que nasceu com microcefalia e outras más-formações congênitas, ter apresentado o vírus em amostras de sangue e tecidos. Essa é uma situação inédita na pesquisa científica mundial. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez

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O que é a microcefalia? 

A microcefalia é uma má-formação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebês nascem com o tamanho da cabeça menor que o normal, que habitualmente é superior a 32 cm. A doença pode acarretar problemas no desenvolvimento, com limitações para falar, andar, escutar, e ainda algum grau de deficiência mental

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Quais as causas da microcefalia?

A má-formação congênita pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como uso de substâncias químicas e agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação durante a gravidez

Thinkstock

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Como as grávidas podem se prevenir contra a zika?

Use repelentes, roupas de manga comprida e evite acumular água parada em casa ou no trabalho. Não use remédios sem prescrição e faça um pré-natal qualificado, com todos os exames previstos. Procure um médico se sentir qualquer um dos sintomas apontados e se pretende viajar para áreas endêmicas

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Qual período da gestação é mais suscetível à ação do vírus?

As gestantes cujos bebês desenvolveram a microcefalia tiveram sintomas do vírus da zika no primeiro trimestre da gravidez. Mas o cuidado para não entrar em contato com o mosquito Aedes aegypti é para todo o período da gestação

Shutterstock

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Qual o tratamento para a microcefalia?

Não há tratamento específico. Existem ações de suporte que podem auxiliar no desenvolvimento do bebê e da criança. Como cada criança desenvolve complicações diferentes --entre elas respiratórias, neurológicas e motoras-- o acompanhamento por diferentes especialistas vai depender de suas funções que ficarem comprometidas. No SUS (Sistema Único de Saúde) estão disponíveis serviços de atenção básica e de reabilitação, além de exames e colocação de órteses e próteses

Reprodução/Daily Mail

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É possível detectar a microcefalia apenas com ultrassonografia?

Sim. No entanto, somente o médico que está acompanhando a grávida poderá indicar o método de imagem mais adequado
Reprodução/Stuffyoushouldknow

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Quantas pessoas que têm zika desenvolvem Guillain-Barré?

Segundo a Fiocruz, em áreas onde se tem documentado epidemia de zika (como na Polinésia Francesa e no Brasil), houve um aumento de pessoas com a Síndrome de Guillain-Barré. No entanto, ainda não foi estabelecida uma relação causal direta entre a infecção com o vírus e SGB. Há outros fatores, como a infecção prévia por dengue ou fatores genéticos, que poderiam contribuir ou influenciar o aumento de casos de Guillain-Barré

Reprodução/Youtube

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Como é feito o diagnóstico da microcefalia?

Após o nascimento do recém-nascido, o primeiro exame físico é rotina nos berçários e deve ser feito em até 24 horas do nascimento. Este período é um dos principais momentos para se realizar busca ativa de possíveis anomalias congênitas. Por isso, é importante que os profissionais de saúde fiquem sensíveis para notificar os casos de microcefalia no registro da doença no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc). A má-formação pode, ainda, ser confirmada com exame de tomografia

Thinkstock

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A microcefalia pode matar ou deixar sequelas no bebê?

Cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo mental, exceto nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. O tipo e o nível de gravidade da sequela vão variar caso a caso. Tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida.



Fonte:
http://noticias.uol.com.br/saude



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