Sintomas e tratamentos
2014 e a descoberta do problema "borderline"
E acabou 2014. A sensação de que o tempo passou rápido demais sempre me deixa um pouco arrependida, pois deixei de fazer muitas coisas que eu queria por puro e simples medo do que iriam falar. Mas a verdade é que esse ano foi de uma grande descoberta. Após anos e anos sendo diagnosticada como tendo depressão, finalmente chegou-se a uma conclusão correta de que o que eu tenho é um personalidade emocionalmente instável, ou, se preferir, personalidade borderline.
Quando ouvi essas palavras foi um alívio e o ao mesmo tempo o medo cresceu. Tudo o que eu sabia sobre isso era relacionado ao que os psiquiatras chamam de transtorno da personalidade borderline e não eram coisas muito legais. Eu pesquisei e pesquisei fundo para acabar com o meu próprio preconceito e aceitar que, talvez, eu teria de conviver com isso para o resto da minha vida.
Eu ainda não aceitei 100%, de vez em quando me dá uma raiva muito grande saber que eu tenho um tipo de personalidade que eu não escolhi e que me faz sofrer bastante. Eu jamais pensei que todos os meus comportamentos "estranhos" derivassem dessa personalidade, e também não imaginei que eu pioraria drasticamente de três meses para cá a ponto de tentar cometer um suicídio.
Eu não deixei de pensar em morrer. Esse pensamento ronda a minha cabeça todos os dias, principalmente nas fases de impulso. Eu sou pura emoção. Tentei cortejar meu lado racional, mas não tive muito sucesso, pois fiquei obcecada por ele. Tentei me tornar uma intelectual, ateia, fundamentalista, comunista, feminista, ou qualquer outra coisa que queiram chamar, mas isso também não deu certo. Eu sou emoção. Com certeza aprendi muito tentando ser outro tipo de pessoa ponderada e racional, mas essa não sou eu. E também não acho muito justo com o lado emocional só priorizar o lado racional, eu não quero ser cética (nada contra os céticos).
Após um longo período tentando fugir de mim, correndo desesperadamente do lado emocional sem saber que estava indo diretamente para ele, imitando os trejeitos e as opiniões de pessoas cultas e racionais só porque eu não queria ser uma pessoa emocionalmente instável... aos poucos, finalmente eu percebo que eu devo aceitar quem eu sou. E quem eu sou? Eu sou essa pessoa rebelde, sem religião e mística, sensível, puramente emocional, conectada diretamente com a natureza e avessa a qualquer coisa radical. Eu sou uma pessoa que deseja um mundo melhor, pessoas melhores e que nunca aceita uma ideia nova sem antes consultar a si mesma - a intuição nunca falha. Eu sou forte no que preciso ser e frágil em outras áreas. Não fui feita para politicagem, burocracia ou o mundo capitalista. Eu percebi que sendo quem eu sou, eu sou livre, e sempre serei. Mas quanto mais eu fujo de mim, mais presa eu fico. Essa foi a maior lição que aprendi. Espero jamais esquecê-la...
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