Dúvidas sobre o momento da morte surgiram no século 18, quando relatos de pessoas enterradas vivas assustavam a Europa.
Em 1740, o anatomista francês Jacques-Bénigne Winslow publicou um artigo levantando dúvidas sobre como comprovar que alguém estava de fato morto.
E em 1785, o médico britânico William Tossach provou que um homem afogado (e dito morto) poderia ser ressuscitado ao encher seus pulmões de ar.
Nesse período foram inventados os mais bizarros métodos para verificar o óbito. A técnica do médico francês Jean Baptiste Vincent Laborde consistia em puxar a língua do defunto por 3 horas.
Mais tarde, ele inventaria uma máquina à manivela que executava a tarefa. Para a elite da época, o medo de ser enterrado vivo justificava qualquer esforço.
Hannah Beswick, que morreu no final do século 18, deixou uma generosa quantia para que seu médico não deixasse que a enterrassem por 100 anos. Todos os dias, ele e duas testemunhas examinavam o corpo embalsamado à procura de sinais de vida.
Como nada acontecia, o médico transferiu o cadáver para um caixote, que ele abria uma vez por ano. E, quando morreu, passou a missão a outro médico.
Somente em 1868 o corpo da senhora Beswick foi sepultado.
Mas a maioria dos médicos da época mantinha-se fiel à antiga técnica de verificação de morte: a putrefação. Na Alemanha, cidades construíam câmaras mortuárias onde os cadáveres eram vigiados e mantidos até começarem a apodrecer.
Apenas em 1846 começaram a ser estabelecidos os critérios para determinar o fim da vida. Naquele ano, o francês Eugene Bouchut ganhou um prêmio da Academia de Ciências de Paris pelo “melhor trabalho sobre os sinais da morte e as formas de prevenir sepultamentos prematuros”.
Sua proposta: observar durante 10 minutos 3 sinais da morte – ausência da respiração, dos batimentos cardíacos e da circulação.
“Essa ficou conhecida como a tríade de Bouchut e passou a ser adotada pela medicina de um modo geral”, diz Marcos de Almeida, professor de medicina legal e bioética da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Foi assim que o coração ganhou status de órgão principal da vida e sua parada, uma indicação definitiva da morte.
Mas já no final do século 19 o legista Paul Brouardel verificou que o coração de pessoas decapitadas continuava a bater por até uma hora. Concluiu, então, que a morte não era uma questão de coração e pulmão, mas de sistema nervoso central.
Ou seja, é impossível que um indivíduo sobreviva sem cabeça, ainda que seu coração funcione. A observação de dano ao sistema nervoso central foi somada à tríade: se, sob um forte feixe de luz, a pupila estiver dilatada, quer dizer que as funções neurológicas não existem mais.
Em 1968, um comitê foi formado na Universidade de Harvard para estabelecer critérios mínimos de morte. O grupo determinou que a parada total e irreversível das funções encefálicas equivale à morte total.
A idéia é que existe um ponto a partir do qual a destruição das células do tronco cerebral é de tal ordem que o indivíduo não tem mais como se recuperar.
Esse momento engloba toda a atividade encefálica, não apenas lesões que deixam uma pessoa em coma ou inconsciente para sempre.
Desde então, o padrão de Harvard vem sendo adotado pela maioria dos países, inclusive o Brasil.
O Longo Caminho da Morte
Se o sangue deixar de fluir no cérebro por mais de 4 minutos, os neurônios do córtex param de funcionar e a pessoa deixa de sentir e pensar. Depois, o tronco cerebral entra em pane. Sem ele, cessam os movimentos involuntários do corpo – principalmente a respiração.
Com ajuda de um respirador, o coração pode ser mantido batendo e o sangue circulando. E apesar de clinicamente morto, o paciente pode suar e reagir a cortes. Mas se os aparelhos forem retirados, coração e respiração param.
O sangue pára de circular e as células deixam de se reproduzir. Cabelo, barba e unhas interrompem o crescimento.
Com o fim da circulação, o sangue começa a coagular nos órgãos e tecidos, deixando-os inviáveis para transplantes. Algumas exceções: as córneas, que podem ser retiradas até 3 horas, e os ossos, que resistem até 6 horas após o fim da respiração.
Cerca de 3 horas após a parada cardíaca, o corpo toma o aspecto conhecido como morte. O fim da circulação deixa a pele pálida. O sangue estaciona, produzindo a rigidez cadavérica, que começa no pescoço e termina nos pés. O calor do corpo cai cerca de 1 0C por hora, até ser regulado pela temperatura ambiente.
O corpo começa a se comportar como um objeto físico. A membrana das células não funciona mais e o cadáver começa a perder água. Dezoito horas depois da parada cardíaca, as bactérias começam a decompor o cadáver e iniciam a putrefação. Depois de 8 semanas, resta apenas o esqueleto.
(fonte: Casulo Universitario)
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