Em segundo, o excesso de tarefas na rotina é apontado por 56%. O bullying aparece em terceiro, com 41% das crianças reclamando do peer pressure (pressão dos colegas).
“O bullying não é generalizado”, explica Ana Maria Rossi, psicóloga e diretora da unidade brasileira da ISMA.
A pesquisa foi feita com 220 crianças do Rio Grande do Sul e de São Paulo.
Pesquisa ouviu 220 crianças do Rio Grande do Sul e de São Paulo “Os pais começam a ficar preocupados, mas ao levar os filhos aos pediatras, muitas vezes nenhuma causa clínica para o mal-estar é revelada”, afirma Ana Maria.
“Após encaminhar a psicólogos, há casos que chegam a necessitar de medicação, para depressão ou para ansiedade.”
Uma das maneiras mais comuns de a criança mostrar que apresenta um problema de estresse é o que os psicólogos chamam de benefício secundário.
Ao ser hostilizada no ambiente escolar por conta das roupas que veste ou de sua aparência, a criança passa a se queixar de dores, por vezes inexistentes.
A reclamação faz com que elas possam escapar, por alguns dias, da escola.
“Alegar a dor faz com que elas evitem o lugar que as deixa tristes, conseguindo o que querem”, explica a psicóloga.
“A criança é muito intuitiva, sabe como usar sua sensibilidade para manipular o adulto.”
Um dos usos do benefício secundário é o de fugir do acúmulo de atividades, muitas delas impostas pelos pais. “É importante ver o que a criança gosta. Se ela não é esportiva, para que colocá-la, ao mesmo tempo, em aula de natação, basquete e futebol?”, afirma Ana Maria.
“Isso sobrecarrega os pequenos, muitas vezes eles odeiam a atividade, só não revelam isso verbalmente.”
Para Ana Paula Rossi, o mais importante para os pais é saber escutar os filhos.
“Devem monitorar as notas dos filhos, estar por perto, deixar de inventar atividades para a criança simplesmente por medo de conviver com ela”, diz a especialista. “
Quanto às mentiras, o melhor é tentar entender o porquê de o garoto usar o mecanismo de defesa, em vez de censurá-lo por isso.”
A psicóloga também afirma que os pais não devem ter medo de educar os filhos, cedendo às táticas de crianças muito mimadas para obter o que querem. “Para evitar um escândalo, muitas vezes os pais desviam da função de orientar, e isso é um desserviço à criança.”
“Nos Estados Unidos, essa é uma questão complicada, já vi muitos pais sendo censurados pelas pessoas ao tentarem passar autoridade às crianças em público”, diz Ana Maria.
“De vez em quando, é muito mais fácil para o pai simplesmente dizer sim ao mimo.”
O outro extremo também não é o mais indicado.
“O pai não deve ser irredutível quanto ao que o filho deve ou não fazer, a escolha precisa ser da criança”, diz Ana Maria.