Genética a seu favor
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Genética a seu favor


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Herdamos muitas coisas dos nossos pais - boas e ruins. Goste ou não, você é o reflexo do DNA deles. Estudos recentes mostram que a genética é 50% determinante para seu peso e sua estrutura corporal, o que é uma notícia boa para quem é filha do Brad Pitt e da Angelina Jolie. E se seus pais não têm o corpo dos seus sonhos? Felizmente, mesmo nesses casos, a ciência dá esperanças. Fatores ambientais e estilo de vida também contam, é claro. Prepare-se para tomar as rédeas do seu corpo e domar sua genética.

O que você herdou
"Ganhei os quadris, o bumbum zerado, as coxas grossas da minha mãe." Pode até ser, mas não se trata de uma regra. Existem características mais propensas a serem passadas adiante do que outras. Sua mãe tem o corpo do tipo maçã? Cuidado. Esse é o formato mais fácil de ser passado de geração para geração - lição de casa: alimente-se direito e faça exercícios que foquem a gordura abdominal. O oposto vale se sua mãe é magrela, pois esse tipo de corpo não é tão fácil de tirar na loteria genética.
O que explica essa injustiça é o fato de recebermos também genes do nosso pai, e homens tendem a acumular mais gordura na barriga. Se é o caso do seu pai, preocupe-se: excessos na região abdominal estão associados a diabetes tipo 2 e problemas cardíacos.
Além do formato, outras características corporais vêm dos seus genes, como a altura e a facilidade para ganhar massa muscular. Um estudo publicado no periódico International Journal of Obesity demonstrou que as pessoas com mais genes associados ao desenvolvimento de músculos precisam de menos exercícios do que as outras para ficar em forma.

Durma bem
Um estudo realizado na Finlândia com irmãos gêmeos concluiu que aquele que dormia menos apresentava mais gordura abdominal do que o gêmeo bom de sono. Ou seja, a genética pode ser idêntica, mas os hábitos levam a diferenças significativas no físico. Desligue tablet, computador e celular pelo menos duas horas antes de deitar. O tipo de luminosidade da tela inibe a secreção da melatonina, hormônio que induz o sono.

Coma proteínas
Um estudo divulgado no American Journal of Clinical Nutrition descobriu a recomendação diária ideal de proteína para a manutenção da estrutura muscular: de 1 a 2 gramas por quilo de peso corporal. Faça a conta e adicione a quantidade certa na alimentação, um passo importante para evitar reproduzir os braços flácidos e sem definição da sua mãe. Consuma o nutriente de fontes animais (carne, peixe, ovos e laticínios) e vegetais (cereais, legumes e frutas secas).

Achou injusto?
Pode piorar. A genética não afeta o nosso corpo apenas diretamente. Sabe a vontade de ficar o dia inteiro assistindo à televisão enquanto devora um pote de sorvete? Isso também é culpa dos seus pais. O gene neurexin 3 é um dos principais responsáveis. Além de regular a circunferência da cintura, ele também determina nossa conduta aditiva, ou seja, a capacidade de superar hábitos ruins.
Eis o provável grande culpado da epidemia de obesidade no mundo: hábito, e não genética. "O crescimento da obesidade não condiz com a teoria da hereditariedade, uma vez que temos visto gerações cada vez mais obesas dos que as anteriores", analisa Maria do Carmo Lins, endocrinologista da Clínica Sainte Marie, em São Paulo. "O stress, outra epidemia atual, pode explicar o aumento de peso. Muitas vezes, é ele que induz a uma alimentação inadequada e ao sedentarismo, pois a pessoa está sempre sem tempo para se cuidar." 

O que você constroi
Nosso corpo tem predisposição natural para acumular gordura. Essa espécie de mecanismo de sobrevivência para épocas de escassez de alimentos vem desde o surgimento da espécie humana. Para uma mulher neandertal, era incrível. Para quem luta para manter a forma hoje, a vontade de xingar a biologia é compreensível. 
Na verdade, nem precisa ir tão longe para entender de onde vem seu sobrepeso. Os alimentos da vida moderna contêm conservantes e aditivos com os quais nossa biologia não está acostumada e que interferem no metabolismo e na manutenção do peso. Além disso, o que você fez na infância responde por praticamente 50% do seu corpo adulto. O que é preocupante, uma vez que os níveis de sobrepeso infantil no mundo todo têm aumentado - só no Brasil, 39% das crianças estão acima do peso, o que representa um aumento de 1000% em relação a 40 anos atrás, segundo o Estudo Internacional de Obesidade Infantil, desenvolvido em vários países. 
Mas, além dos costumes alimentares, é necessário focar a atividade física. Uma criança sedentária tem 90% de risco de se tornar um adulto sedentário. Fazer exercícios ajuda a modelar o corpo e lutar contra a predisposição genética desde cedo. Cientistas do Instituto Karolinska, na Suécia, descobriram que, após uma hora de exercício intenso, observam-se mudanças metabólicas que contribuem para a queima de gordura. Ou seja, pouco importa se seus genes se empenham para que você tenha o corpo de botijão de gás se o seu estilo de vida bate de frente com eles para garantir seu shape de musa fitness.

Fonte:
http://mdemulher.abril.com.br/saude



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