Instabilidade afetiva
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Instabilidade afetiva


Critérios para Transtorno da Personalidade Borderline segundo o DSM-IV (A "Bíblia dos Psiquiatras"): 1. Instabilidade afetiva acentuada devida reatividade intensa do humor (por exemplo: episódios de disforia, irritabilidade, ou ansiedade geralmente durante algumas horas e raramente, no máximo, alguns dias).


 Já falei aqui sobre o critério número (4) a impulsividade, agora vamos falar sobre o critério número (1) a instabilidade afetiva. Ser instável é um bagunça das grandes em se tratando de relacionamentos interpessoais, pois, inevitavelmente magoaremos e seremos magoados. Não tem jeito. O equilíbrio aqui, eu acho, é aprender a lidar com a pausa entre uma mágoa e outra. Mas se você tem um transtorno mental cujo o centro é a instabilidade emocional aí a coisa fica mais complicada. Por uma coisa que as pessoas consideram mínima, o seu cérebro pode reagir de forma completamente "desproporcional" e "exagerada" fazendo com que você seja inundado de sensações surpreendemente fortes e aniquilantes como choros que não pode controlar, gritos que não consegue soltar, uma vontade louca e incontrolável de sair correndo por aí gritando, uma raiva que sobe dos seus pés a cabeça como se estivesse corroendo seus órgãos pouco a pouco, então você começa a sentir aquela dor. A familiar dor que vem de lugar nenhum, mas se espalha por todo o seu corpo. Transformando-se em agonia, angústia, ansiedade e vazio. Aquela sensação de que não importa o que você faça, nada vai te preencher. Eu fico variando entre a raiva excessiva, o choro excessivo, a dor, a culpa, a vergonha, a frustração, o medo, a vontade de morrer, de melhorar, tudo em minutos, segundos, horas, quem sabe... O tempo parece não fazer o menor sentido nesses momentos. 

Deitada no escuro do meu quarto. Devia ser um local seguro, mas nunca é. As sombras me engolem. Me lembram que eu sou tão invisível quanto elas. Nos tornamos uma só a noite. E então eu posso sentir o vazio me engolir. Como a morte. Será que morrer é essa a sensação? Eu não sei. Mas se for, não parece ser tão desesperador. O apego a vida sim, esse é o ponto. Toda essa coisa de lutar por mim, lutar pela minha vida, parece sem propósito nesses momentos. De repente, minha vida fica colorida, existe futuro, uma vida nova, um recomeço, quem sabe, mas aí a realidade me dá uma grande tapa na cara. Não, o futuro não é tão simples, o recomeço é possível desde que você se livre do passado, e a vida que eu quero depende do sacrifício do meu coração. Eu simplesmente não quero que as pessoas me compreendam mal. Não quero que as pessoas façam o que eu quero, quero que haja uma troca. Estou cansada de ser a única pessoa que se esforça, que oferece, que dá, que sofre, agora mesmo eu estou em uma crise, entupida de remédios que eu nem deveria ter tomado, sinto muito ao meu psiquiatra que sempre deposita tanta confiança em mim, mas sinto mais ainda por mim. Eu não mereço isso. O preço depois é caro demais. 

Ser uma pessoa em um segundo e mudar da água para o vinho é algo assustador para quem convive conosco, mas é ainda pior quando nos damos conta de nosso comportamento. Bate o arrependimento, a culpa, o desejo de voltar no tempo e mudar. Queremos mostrar que não somos todo esse monstro que as pessoas acreditam que somos. Temos cura, podemos aprender a ser pessoas melhores, mais eficientes e controladas emocionalmente, mas isso não acontece de um dia para outro. Tudo isso leva tempo. E apesar de eu ter um diagnóstico que me limita em muitos aspectos devido aos preconceitos das outras pessoas, eu tento todos os os dias mostrar que eu sou um ser humano normal, com altos e baixos, lidando com um transtorno que é mega terrível, mas que eu acredito que vai ser superado mais cedo ou mais tarde, mas eu preciso de toda a ajuda que as pessoas puderem me oferecer. Toda. Eu jamais fui alguém de pedir ajuda, mas agora eu peço. Porque, ás vezes me sinto tão vulnerável e entregue a minha própria sorte que simplesmente não sei a quem recorrer....



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