Sintomas e tratamentos
Impulsividade
Critério para ser diagnosticado como tendo o transtorno da personalidade borderline segundo a bíblia dos psiquiatras, mais conhecida como DSM: (4) Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente prejudiciais à própria pessoa (por ex., gastos financeiros, sexo, abuso de substâncias, direção imprudente, comer compulsivamente) - Nota: Não incluir comportamento suicida ou automutilante, coberto no Critério 5.
Segundo o dicionário, impulsividade é o estado ou qualidade de quem é impulsivo. Pessoa que tem tendência de agir com impulso, inconscientemente. A psiquiatria complementa que o indivíduo age através da emoção, sem levar em consideração todos os aspectos da situação, de forma inconsciente, se arrependendo no futuro. Você pode aprender mais clicando aqui.
PS: Ser diagnosticado é um alívio quando você passou metade da sua vida sem saber o que tinha, sofrendo, e tomando todos os medicamento errados que só pioravam ainda mais o que você sentia. Eu não falo sobre os critérios da doença porque eu me identifico com ela e levanto a bandeira do orgulho borderline, eu falo porque estudo sobre psicologia e psiquiatria e gosto do assunto, além do mais quanto mais eu conheço o que está dentro de mim, mais fácil fica de lidar. Eu não sou a doença, eu tenho a doença e, um dia, eu sei que eu não a terei mais, porém eu não acredito que todas as doenças tenham a mesma origem, pois cada pessoa é única e cada caminho é muito individual. Era só um desabafo que eu queria fazer.
Eu já falei do critério distúrbio de identidade, agora vamos ao critério impulsividade. A impulsividade é vasta. O parênteses aí em cima são apenas alguns possíveis exemplos. Eu, por exemplo, tenho que me controlar em gastos financeiros, abuso de substâncias - álcool, relaxantes musculares e benzodiazepínicos, comer compulsivamente já passei por isso (o topiramato "curou" 100%) e também tenho um comportamento que não está aí em cima: eu falo e escrevo por impulso quando estou com raiva ou dissociada (mas vamos deixar a dissociação para outro post).
Eu ainda não compreendi como acontece. Eu fico com raiva da pessoa por um motivo qualquer, ás vezes eu nem percebo que fiquei com raiva da pessoa na hora. E então aquilo só vai crescendo a cada minuto e do nada eu explodo igual uma bomba, e a única coisa que eu me lembro é de, no dia seguinte, me lembrar de fragmentos do dia anterior. Eu entrei no facebook, digitei alguma coisa, tomei banho, olho meu pulso, tem cortes, ou então, mais comprimidos do que o normal sumiram da cartela de remédios, eu não pareço tão real assim, está tudo tão confuso. Então, eu entro no facebook e palavras de raiva dirigidas a pessoa X estão lá, coisas que eu jamais teria escrito, nem pensado em estado normal, quem escreveu aquilo?, de onde saiu tanta raiva?, porque?, como isso aconteceu?, e porque eu não me lembro?, ondas de desespero percorrem o meu corpo, e tudo o que eu posso fazer é apagar e rezar para a pessoa não ter tido tempo de ler... tarde demais... ela está tão magoada e com medo que não fala diretamente a mim, diz a outra pessoa. Eu sinto vergonha e culpa, mas não posso fazer nada, porque eu não me lembro, e não fui eu quem escrevi, ou foi? Eu ainda não sei, estou tão confusa para decidir... Esse ato de impulsividade poderia ter sido evitado? Eu me pergunto todas as vezes que algo assim acontece. Ultimamente tem acontecido menos, mas ainda acontece com a mesma intensidade magoável de sempre. O problema não é o ato, mas sim as consequências, pessoas tem sentimentos e eu não gosto de magoar ninguém, não importa se eu não me lembro o que eu disse ou escrevi, fui eu quem cometi o ato, eu sou a responsável.
Quero que essas pessoas saibam que apesar de ser algo inconsciente, do qual pouco tenho controle, eu estou aprendendo como lidar com isso, como falar com as pessoas, como controlar esse tipo de comportamento, eu estou fazendo o que eu posso. Eu acredito que todos nós podemos melhorar. A impulsividade é uma via de mão dupla, quando eu magoo outra pessoa (lembrando ou não), eu magoo a mim mesma, porque me sinto vazia, com vergonha e culpada e desejo reparar o dano, ás vezes eu consigo, e ás vezes não. Acredito que a minha maior reparação vai ser a minha cura. As minhas emoções não vão mais me controlar totalmente um dia.
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