Sintomas e tratamentos
Minha experiência com a ansiedade
Créditos: aqui
Eu acabei de fazer uma coisa comum: ir ao mercado. Nada demais, mas foi um sacrifício tão grande que, novamente, eu comecei a rir da piada que eu me tornei. Bom, é melhor rir do que chorar, não? Se eu começar a chorar, vou ficar o resto do ano aqui... Eu não exponho essas coisas pequenas porque quero fingir que sou forte o tempo todo. Mas eu cansei. Eu quero mais. Eu quero uma vida de verdade. Eu quero uma vida real. Eu quero ser eu mesma. Eu não sou uma pessoa doente, eu sou uma pessoa com um obstáculo mental para superar. Um obstáculo que me impede de viver a minha vida. Eu também não quero viver em paz, não quero ser feliz para sempre. Eu quero viver. Eu quero sentir sem ter alucinações, sem desregular, sem querer brigar fisicamente com as pessoas, sem me machucar ou pensar em me matar. Eu quero viver o presente. Quero parar de pensar obsessivamente no passado e imaginar como seria se... Ou então como será quando... Porque isso realmente não importa. Eu nem sei se estarei viva amanhã ou daqui a cinco segundos. A vida é tão frágil.
Voltando a minha ida ao mercado... Eu fico muito bem enquanto estou isolada na minha bolha. No meu cantinho que se limita a minha própria pessoa. É seguro quando existe só eu e as paredes do meu quarto. É seguro porque não tem ninguém para me julgar. Não há o peso dos olhos julgadores de ninguém e, eu, finalmente, posso ficar alguns minutos livres para ser quem eu quiser. Mas quando eu decidi ir ao mercado, eu entro em estado de alerta, todas as minhas defesas sobem, e qualquer pessoa na rua se torna um suspeito, é quase um estado paranoico. Eu percebo que ainda me sinto desconfortável, como se houvesse algo errado comigo, como se todos olhassem para mim, mas eu sei que é só minha mente. Eu tento lembrar de respirar, mas até isso é doloroso. Eu tenho medo de encontrar alguém conhecido. E se for alguém que não gosta de mim? E se? E se? Tantas perguntas sem sentido que dá vontade de sair correndo. De repente, alguém chama o meu nome e meu coração quase para de bater. Será alguém que eu odeio? Será alguém que me odeia? Mas não, era alguém que eu não sabia se gostava ou não de mim. Dúvida = angústia. Angústia = mais ansiedade. Foram os dois minutos de conversa mais difíceis do meu dia. Não sei o que dizer, como devo me portar, o que fazer com as mãos. Minha garganta trava, eu começo a embaralhar as palavras. Eu sempre sei o que dizer, eu penso o discurso muito corretamente, mas nesse momento, as palavras saem todas erradas. Eu me sinto mais envergonhada ainda. Minha voz sai baixa, e minhas palavras sem nexo. Por dentro, estou explodindo de raiva de mim mesma. A conclusão: eu sou um desastre.
Em um dia bom, eu termino fingindo que não me importo com o que aconteceu, me distraio com alguma futilidade como o celular, um seriado, ou ocupo a minha mente com algo construtivo como ler um livro, fazer tarefas domésticas, e exercícios físicos. Os dias ruins ainda ganham, e no final, quando eu me lembro da ansiedade e bate a sensação de me sentir um desastre, eu bebo, me maltrato e mergulho no vazio porque eu acho que é tudo o que me resta. Eu recuso a ajuda. Eu necessito sofrer. Eu mereço sofrer.
Estar em tratamento me dá a visão disso. Eu tenho consciência do quanto eu oscilo, mas também sei do quanto eu sou persistente. Eu estou começando a enxergar meus defeitos e qualidades, porém ainda estou longe, muito longe de ser alguém mentalmente livre. Eu ainda tenho dificuldades em fazer minhas próprias escolhas. Eu tenho medo. Eu não confio em mim mesma. Hoje, eu não vou finalizar esse texto com uma frase positiva, eu vou simplesmente deixá-lo aqui. Porque dói perceber a verdade, é como se eu estivesse me abrindo com um bisturi todos os dias, e ao escrever aqui, estou compartilhando isso com vocês, estou dando uma amostra de como é essa cirurgia... Dói. Mas se isso for necessário para que eu alcance o equilíbrio, eu faço. Eu não cheguei até aqui para desistir - mesmo que minha mente tente me convencer do contrário todos os dias.
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