Pense no efeito nocebo como o oposto do efeito placebo. Em vez de bons pensamentos ou associações que produzam um resultado positivo, pensamentos e associações ruins produzem resultados negativos.
Por exemplo, no início da década de 90, um estudo mostrou que as mulheres que acreditavam ser propensas a sofrer uma doença cardíaca tinham uma chance quatro vezes maior de morrerem do que as mulheres que não pensavam nisso, mesmo que os dois grupos de mulheres tivessem fatores de risco semelhantes.
O estudo mostrou que, quando as pessoas acham que foram expostas a um contaminante ou a uma doença (ou que têm pré-disposição a ficarem doentes), elas têm mais probabilidade de desenvolverem os sintomas.
Mas o efeito nocebo pode ser difícil de estudar - afinal de contas, quem quer deixar os pacientes doentes?
Entretanto, é de extrema importância considerá-lo, não apenas para entender melhor o cérebro, mas também porque os efeitos colaterais dos medicamentos, normalmente associados ao efeito nocebo, custam aos sistemas de saúde dos Estados Unidos dezenas de bilhões de dólares por ano.
Por que os efeitos colaterais desses medicamentos são importantes? Vamos considerar outro estudo, em que os pacientes tomaram aspirina ou outro anticoagulante.
Os pacientes foram divididos em três grupos: para dois deles, foi dito que o efeito colateral comum da aspirina era dor gastrintestinal; e para o terceiro, não foi dito nada.
No fim, os pacientes que sabiam dos possíveis problemas eram propensos a se queixar de dor gastrintestinal, mesmo que exames mostrassem que os efeitos colaterais foram igualmente distribuídos entre os três grupos
Em um experimento famoso de 1886, foi mostrada a uma mulher, que dizia sofrer de alergia a rosas, uma rosa artificial.
Logo que viu a flor, ela começou a ter congestão, falta de ar e outros sintomas de reação alérgica.
Quando disseram a ela que a rosa era falsa, os sintomas desapareceram e, dias depois, ela não apresentava mais reação alérgica às rosas de verdade.
(fonte)
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