Os nossos recursos internos
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Os nossos recursos internos


A vida do dia a dia já é suficiente para nos dar que fazer: a profissão, os filhos, o marido, a esposa, os amigos, a saúde, etc. São uma infinidade de preocupações, chatices e até desgostos, com que nos deparamos todos os dias e a que temos que fazer face. Porém, muitas vezes, habituamos-nos a considerar tudo isso como fazendo parte de uma rotina que não podemos alterar. Mas, e quando surgem factos que alteram necessariamente essa rotina e nos forçam a carregar com mais uma dificuldade? Por vezes sentimos que não vamos aguentar, que já nos bastava o que tínhamos para atingir os nossos limites. contudo, o destino prega-nos partidas, e sem esperarmos, os nossos limites são novamente postos à prova. Porém, eles são definidos por nós mesmos, não são estanques, alongam consoante a nossa capacidade de suportar os acontecimentos, que  varia de pessoa para pessoa.
Quando dizemos que somos incapazes de ultrapassar determinada situação é assumir que os recursos armazenados em nós mesmos são insuficientes para lhe fazer face. Todos nós possuímos recursos: inatos ou adquiridos, para enfrentar e suportar todas as adversidades, mas nem sempre elas estão no seu melhor ou são suficientemente adaptáveis à situação. Sim, porque carecem de um período de adaptação, que por vezes é insuficiente no caso de acontecimentos súbitos e inesperados como a  morte de um familiar ou a perda de emprego. O período que medeia a altura do acontecimento e o restabelecer/adaptar dos nossos recursos, deixa-nos vulneráveis, incapazes de fazer uma gestão eficiente das nossas emoções e gera um sentimento de insegurança muito acentuado. É nesta fase que deixamos de acreditar que alguma vez vamos dar a volta por cima, em que a angústia é muito grande e cometemos actos de loucura, e mais recorremos a ansiolíticos e antidepressivos. São momentos em que ninguém parece ser capaz de nos ajudar, muito menos nós próprios. Revoltamos-nos contra o mundo, focalizamos toda a nossa atenção naquele acontecimento específico e passamos a constituir, nós e ele, um mundo à parte, onde os outros não podem entrar e onde não cabemos no mundo dos outros. Somos egoístas nestes momentos? Sim. Somos culpados? Talvez não.Se este momento for ultrapassado, houver adaptabilidade, não passa de um "momento de luto", caso contrário, entramos no campo das patologias. 
Se a chave é abastecermos bem o nosso armazém de recursos, então vamos fazer isso. Como, tentarei explicar mais à frente.




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