Sintomas e tratamentos
Tratamento Da Febre Pediatrica: Uso Alternado Ou Isolado de Antipireticos?
Terapia Alternada Com Antipiréticos
O respeitado periódico Jornal de Pediatria (Vol. 88(4):289-9) publicou uma ótima revisão sobre a terapia alternada com antipiréticos no manejo da febre em crianças comparada com a monoterapia. Não restam dúvidas que temos opiniões conflitantes sobre esse tema, com dados apresentados por cada grupo defendendo sua posição.
Baseado em uma ampla fonte de dados como a MEDLINE, EMBASE, Cochrane, Library, LILACS, SciELO, IBECS, Web of Science, Clinical Trials, Google Scholar e referências dos artigos encontrados, incluiu-se nesta revisão os ensaios clínicos randomizados que foram publicados até dezembro de 2011 e que abrangia o tratamento de febre em crianças menores de 12 anos, atendidas em nível ambulatorial.
Febre Pediátrica: Temor Dos Pais
O temor por parte dos pais:
- convulsão febril
- dano cerebral
- óbito
Este temor faz com que a febre seja uma das causas mais comuns da procura por atendimento pediátrico e frequentemente a criança já foi medicada em casa. Mesmo a terapia antipirética não pareça diminuir a chance de uma convulsão febril, que, na grande parte das vezes, é benigna, o tratamento mais agressivo da febre é uma prática comum em vários países.
Estudos realizados na Argentina, EUA, Espanha e Austrália verificaram que o uso alternado de antipireticos variou de 51 a 61%, sendo que 59 a 97% dos pediatras, nesses países, orientavam a utilização do esquema alternado de antipiréticos.
Uso Alternado dos antipiréticos Paracetamol e Ibuprofeno
Nos estudos contemplados pela revisão, procurou-se comparar os resultados obtidos pelo uso de paracetamol e ibuprofeno alternados com paracetamol e/ou ibuprofeno isoladamente.
Deve aqui destacar um ponto importante do estudo que foi a ausência de trabalhos que avaliassem o uso alternado com dipirona ou ácido acetilsalicílico.
O uso alternado dos antipiréticos é justificado pelo argumento de que enquanto um medicamento encontra-se em atividade o outro encontra-se na fase de queda de ação. Desta maneira ocorreria um impedimento para a subida da temperatura da criança quando o horário da próxima dose de antipirético se aproximar.
A análise farmacocinética do ibuprofeno e do paracetamol em crianças tornaria este objetivo justificável, permanecendo a criança mais tempo com a temperatura normal.
Segurança e Eficácia dos Antipiréticos
Outro ponto importante é a segurança e a eficácia do ibuprofeno e paracetamol para a utilização em crianças febris. Ainda nesta análise, observou-se que o ibuprofeno foi mais efetivo como antipirético que o paracetamol, levando a temperaturas mais baixas 2, 4 e 6 horas após o a administração do medicamento.
Análise dos Resultados do uso alternado ou isolado dos Antipiréticos
Não se deve analisar e estudar esta revisão como a palavra final sobre o tema, pois ela não está livre de erros ou vieses de publicação. Mesmo não encontrando trabalhos que seriam definitivos sobre este tema, há um consenso de que ocorre um melhor desempenho para o grupo de antipiréticos alternados, mesmo que o desfecho escolhido pelos estudos, a temperatura, seja um marcador secundário do bem-estar do paciente.
Futuros trabalhos que queiram dar a palavra final neste tema devem, nos seus ensaios clínicos, avaliar não somente quantos graus a temperatura em cada grupo diminui, mas o impacto dessa terapia no bem-estar do paciente, relacionado principalmente com morbidade/mortalidade.
Ocorre que esses resultados somente poderão ser alcançados com estudos mais extensos, com um número superior de pacientes e que analisem também outros antipiréticos como a dipirona.
Relembremos que o Ibuprofeno e o Paracetamol apresentam, em geral, efeitos adversos mínimos quando administrados nas posologias e doses recomendadas; porém não podemos “zerar” as chances de reações adversas graves e raras como sangramento digestivo, síndrome de Steven-Johnson e insuficiência hepática ou renal.
Outros pontos interessantes encontrados nestes trabalhos foram os erros de dose e intervalos na administração desses medicamentos pelos pais, o que mostra a necessidade de maior orientação para o emprego correto destes medicamentos.
Conclusão sobre o uso alternado ou isolado dos antipiréticos
Embora haja uma tendência na redução das médias de temperatura com antipiréticos alternados em relação aos antipiréticos utilizados isoladamente, não existe evidência suficiente para afirmar que essa prática é mais eficaz que a monoterapia.
Fonte:
https://farmaceuticort.wordpress.com
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