Sintomas e tratamentos
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Sintomas e tratamentos
Filme: Terapia do Sexo
Há algumas semanas atrás eu assisti o filme "Terapia do Sexo" que é sobre pessoas viciadas em sexo que se reúnem constantemente para seguirem uma espécie de tratamento semelhante aos 12 passos dos alcoólicos anônimos e ainda tentam viver suas vidas entre altos e baixos e problemas paralelos. Era pra ser uma comédia, mas eu achei o filme bem sério.
Eu não vou falar sobre o filme, vou falar sobre o vício. O vício, seja qual for, é uma tentativa inconsciente e frustrada de esconder algo de si mesmo, de não entrar em contato com o sofrimento que há dentro de nós. É um impulso irresistível, ou seja, a pessoa não consegue controlar, é uma doença, e dizem por aí que não há cura (então como eu me curei de um?! #mistério).
Eu nunca tive oportunidade de estudar o vício em sexo, mas com esse filme tive uma boa ideia de como é sofrida a vida dessas pessoas. O risco ao qual elas se expõe, a dificuldade em se controlar, tudo isso eu também senti, então acho que posso entender um pouco.
Algumas coisas me chamaram mais atenção como a presença de uma única mulher em um grupo repleto de homens. Deve ser difícil para uma mulher admitir que tem esse vício, imagine os julgamentos e a auto-cobrança, conflitos internos por causa de como a mulher deveria se comportar, eu acho que foi exatamente isso que o diretor quis mostrar, para as mulheres é muito mais difícil porque não se espera isso de nós.
A amizade entre as pessoas também é muito importante - essencial - para a melhora dos impulsos, é muito bom ter para quem ligar naquele momento em que você está prestes a fazer uma besteira, e, como a pessoa te entende (porque tem a mesma coisa) ela não vai te julgar e sim te ajudar.
O filme também mostra um lado hipócrita da sociedade que se penaliza por uma mulher que teve câncer de mama, mas se afasta de uma pessoa que tem vício em sexo. Porque? Ambas são doenças devastadoras, só que uma é visível e a outra não.
Há também a relação entre pai-filho. O pai é o fundador do grupo de apoio e o filho dele era dependente de drogas, mas quando o filho volta pra casa dizendo estar limpo, o pai desconfia, não dá nenhum voto de confiança, muito diferente do jeito que ele trata as pessoas do grupo (sempre acolhendo e dando mais chances). Isso mostra o quanto usamos máscaras! Em um lugar somos de um jeito e em casa somos de outro jeito, quem não é assim? Mas você já se perguntou porque ser assim?
Vício é algo devastador, seja lá no que for. É algo sério e deveria ser mais discutido pela mídia, deveria ser um assunto corriqueiro entre as pessoas. Sempre encontramos alguém que precisa de ajuda, por isso precisamos nos informar, saber como lidar, porque não é fácil para ninguém. Numa relação assim, todas as partes sofrem, mas acredite em mim: quem tem a doença sofre em dobro, pois além de conviver com algo que nem sempre pode controlar (ou nunca pode) ainda tem que conviver com a culpa de fazer outras pessoas sofrerem.
Recomendo o filme.
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