História Borderline - T.
Sintomas e tratamentos

História Borderline - T.


Eu sou do RJ, tenho 20 anos e atualmente não trabalho.
Porque eu acho que posso ter o TPB? Na verdade, eu acho que tenho certeza.

Enfim, além de ter todos ou ter certeza de pelo menos 7 dos 9 sintomas do TPB, eu também relembrei alguns fatores do meu jeito e personalidade quando menor, depois de pesquisar sobre esse assunto.

Primeiramente, eu comecei a pesquisar pois as pessoas e principalmente meu namorado estavam começando a comentar e se mostrarem claramente incomodados pelas minhas reações excessivas e inscontância emocional. Comecei a pesquisar inicialmente depressão nervosa e anorexia, depois pesquisei por bipolaridades, até me lembrar do filme 'Garota, interrompida', após ler menções sobre o TPB durante essas pesquisas, e me lembrei do comportamento não só da personagem principal como das outras também.

Enfim, relembrando o meu comportamento, desde muito nova, por volta dos 7 anos, sempre fui de querer chamar muita atenção, e quando nao conseguia, começava a pular, gritar, mexer nas coisas, para que olhassem para mim. E sempre tive uma 'personalidade forte' e as coisas tinham que ser do meu jeito.

Com uns 8 anos, por motivos que desconheço, mas nada que tenha a ver com minha mae, eu acho, meu pai resolveu sair de casa e ir morar com a irmã dele. Me lembro até hoje, dele saindo de casa e eu chorava, não queria nem ir pra escola e nem saía de trás dele. Para a cabeça de uma criança eu estava sendo abandonada e nem sabia porquê.

Aceitei a ideia com o tempo e iamos pra casa da minha tia passar fins de semana lá. Um pouco depois, meu pai adoeceu e a partir dai a situação piorou aqui em casa, pois minha mãe ficou sobrecarregada, embora nunca tenhamos passado fome.

Sempre fui magrelinha e motivo de piadinhas ate entre os meus amigos. Tentei me suicidar aos 13 anos pela primeira vez com uma faca, mas não tive coragem pra me cortar, então tomei um pouco de veneno pra matar mosquitos, mas não cheguei nem a passar mal. O motivo? Uma colega de uma pessoa que viajou conosco brincou que minha toalha seria um pano de chão, e ainda por cima, ninguém me defendeu, e isso era o que eu esperava.


A partir dai, até hoje, foram mais de 15 tentativas de suicídio, a última, ha menos de 1 mês, eu misturei 4 comprimidos, em um intervalo pequeno após discutir com o meu namorado porque fui falar com a ex dele, não consegui esquecer, por impulsividade fui falar com ela via mensagens e remexer no assunto. Discutimos, ele ameaçou ir embora, mas acabou ficando comigo.

No dia seguinte, passei muito mal, com muitas dores no corpo e de cabeça, não conseguia nem me levantar, e só fui acordar mesmo às 17h, ainda com dor de cabeça.

Sempre fui uma pessoa tida pela familia como estressada, de lua, de personalidade/temperamento forte, auto-estima baixa e tive depressão com 15/16 anos, mas não lembro o motivo, acho que era a solidão dentro de casa e amorosamente, só lembro que me deitava na cama e só levantava quando minha mãe ia chegar do trabalho, e pra ir pra escola, sem vontade, só pra evitar perguntas.

Sempre fui quieta, na minha, mas gostava de atenção, apesar de nunca assumir. Nunca namorei, nem fiquei com ninguém, por opção e falta de escolha. Sempre fugia dos poucos que queria ficar comigo e nunca gostei de ninguém verdadeiramente, só de um primeiro amigo, que era apaixonado... por outra pessoa.

Esse namorado de agora é meu primeiro namorado, e eu ainda sou virgem. Acabo sentindo um pouco de pressão, mas ultimamente isso anda me confundindo ainda mais, apesar de saber bem que eu não quero nada agora, ele me respeita, mas acabo tendo reações explosivas quando conversamos sobre isso, e o magoo com muita facilidade.

Vivo provocando brigas mesmo sem querer, como quando eu briguei com ele porque eu não queria que ele fritasse ovo na panela e sim na frigideira. Nesse dia, conversamos, e ele me disse que eu não sei o que quero da vida, pois vivo mudando de opinião, que ele não tem nem certeza se eu gosto só de homens. 

Meus amigos mesmo, de vez em quando, quando estamos 'zoando' mesmo um com o outro, tambem dizem isso de forma mais implicita. Nunca liguei, mas ouvir isso dele me machucou.

Sempre fui estressada, explosiva, mas isso tudo piorou depois que comecei a trabalhar numa rede de Fast Food, por causa de toda aquela pressão e estresse.

Em casa, ninguém nunca tem nada de bom a falar de mim, só que reclamo muito, sou muito explosiva e nunca estou totalmente bem, nunca estou sorrindo, mas às vezes fico bem do nada, e mal do nada.

Meu namorado sempre está comigo, mas diz que eu sou possessiva, controladora, ciumenta, não sei o que quero, inconstante, reclamona, que eu nunca estou satisfeita, nada é bom pra mim, que eu me odeio, que o trato mal, estressada, exagerada, etc.

Um amigo esses dias me disse que eu sou complexa e não tenho opinião própria. Há pouco tempo estava com mania de me morder, nos braços, mas agora coço as pernas como se fosse arrancar a pele, mesmo que nao esteja coçando.

Como compulsivamente, como hoje, pra depois ficar dias sem comer direito, e muitas horas sem comer, almoçar ou jantar ou comendo bem pouquinho.

Não consigo me expressar muito bem, verbalmente, tenho auto estima muito prejudicada, e mudo de humor por motivos bobos ou que não merecem tanta atenção... ou reação. Mas não consigo deixar de ser assim, e o que realmente me fez pesquisar por isso foi que eu vi que eu posso perder meu talvez maior 'cuidador', apesar de estarmos há quase 1 ano e meio juntos e ele nunca me deixou. Mesmo sendo tratado mal, magoado, pois já o fiz chorar varias vezes, ate no aniversario dele, mas ate hoje não consigo me colocar como totalmente errada.

Quero a atenção dele o tempo todo, ate se eu estiver ocupada, e ele for pro computador, ja fecho a cara pois queria ele nem que seja me observando. Quero sempre a atenção das pessoas daqui, mas como sei que nao vou conseguir, jogo tudo em cima dele mas sinto que ele ja nao vai mais aguentar por muito tempo. Ja tentei terminar por causa do meu humor, e inclusive expliquei a ele, mas sem contar sobre o TPB, (não tive coragem e tenho medo dele achar isso uma bobeira e me deixar ou fazer isso) mas ele não aceita e sempre fazemos as pazes quando minha crise passa.

Não quero mais viver nessa montanha russa e tenho medo de em alguma dessas tentativas de suicidio, ou de mandar ele ir embora, eu acabar conseguindo, apesar de ao mesmo tempo querer ir embora nos dois sentidos na frase. Mas nao quero que as pessoas tenham que conviver comigo pois sei o quanto posso ser horrível e o quanto dói.

Estou indo à igreja em busca de um alivio, e de fato eu consigo por um tempo, mas as crises piores nunca param, fico até uma semana, no máximo, bem, ou controlando pra parecer bem, mas depois tenho recaídas.

O simples fato de hoje ser dia dos namorados e meu namorado estar dormindo, me fez aprofundar a crise que eu ja estava, pois nunca estou satisfeita com nada, nem com ele apesar dele nunca ter me deixado durante minhas crises. Queria que ele me abraçasse e visse o filme comigo ao invés de estar dormindo, mesmo sabendo que nada iria acontecer. E ver outras pessoas fazendo isso, com toda atenção, me faz me sentir ainda pior, mesmo que eu nao sinta inveja.

Me perdoa pelo texto enorme, ainda tenho mais a escrever...
De qualquer forma obrigada pelo blog, pelas ajudas, mesmo que indiretamente.

Beijos, Tay.
(via email)



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