Sintomas e tratamentos
Sobre o topiramato e sobre mim
Eu já falei sobre o medicamento topiramato há algum tempo atrás neste link aqui, e, muito provavelmente, eu estava enganada sobre o efeito "mágico" que ele teve sobre todo os comportamentos que, de repente, sumiram em mim, pois, na dosagem que eu estava tomando ele não fazia efeito nenhum. Efeito placebo? Não. Talvez fosse a sertralina (famoso Zoloft). Comigo os antidepressivos sempre começam assim: me deixam pensar que estou quase curada para, no mês seguinte, me colocarem dentro de um verdadeiro filme de terror, e para quem acompanha meu blog, sabe muito bem do que eu estou falando. O segundo mês da sertralina foi o pior mês da minha vida: não havia um minuto que eu não pensava em morrer ou não tentava morrer. A ideia era tão obsessiva que as alucinações que eu acreditava estarem extintas pareciam fazer parte de mim, eu já não saberia distinguir o que era real do que era imaginário - história antiga que já passou, hoje eu sei que a maioria das pessoas com meu tipo de problema tem uma piora do quadro quando tomam antidepressivos (lição aprendida!).
Voltemos ao topiramato. O máximo que eu havia tomado era 50 mg e já parecia muito, afinal é um antiepilético, usado também para quem tem fortes crises de enxaqueca, mas, curiosamente ele também é estabilizador de humor. A diferença é a dose (igual um veneno). 150 mg a 200 mg no meu caso para ser mais exata. Atualmente estou nos 150 mg e já está sendo um sofrimento e uma bênção:
Sofrimento: inibição de apetite - a menos que você esteja acima do peso isso é algo preocupante, em três semana eu perdi 10 kg e continuo com apetite reduzido, a única coisa boa disso é que fiquei mais seletiva em relação aos alimentos evitando doces, massas e industrializados; formigamentos - pés, mãos, rosto, boca; boca seca; falta de memória; lentidão mental - estou parecendo um computador lento.
Bênção: estabilização do humor: cada dia que passa eu consigo controlar melhor o que eu penso, falo e sinto; apesar de não ser nada milagroso, eu não entro mais no modo "furioso" tão fácil igual antes, não entro no modo "agressivo" há tempos e parece que tenho maior controle sobre mim, mesmo quando não sei o que fazer, eu consigo buscar ajuda quando eu preciso, apesar de me sentir perdida muitas vezes. Eu consigo fazer o que eu tenho que fazer.
Acredito que é para isso que um medicamento serve: ajudar-nos a nos ajudar. Existe os prós e os contras de se utilizar medicamentos, pois eles tem efeitos colaterais, todo medicamento tem, se o médico dizer que não, ele estará mentindo, mas ás vezes nós estamos tão ruins que precisamos que algo nos tire do estado confuso que é o estado que eu estava. Eu me sentia completamente perdida. Dezenas de pessoas me estenderam a mão para ajudar, mas eu não conseguia segurar de volta, pois eu estava com medo, com raiva, agressiva e o pior de tudo eu não sabia quem eu era, eu estava perdida dentro dos meus olhos, no reflexo do espelho, no vazio dentro de mim, então, a quem eu estava ajudando? A mim mesma? Mas quem eu era? Eu não conseguia me alcançar, nem me reconhecer, esse estado é assustador e difícil de explicar... Quem eu sou? Eu nunca soube responder essa pergunta, então... a quem eu estava enganando? O medicamento e a escuta amiga de um profissional humano que compreende o que eu estou passando fez TODA a diferença. Essa combinação "especialidade + humanidade" me fez querer procurar quem eu sou e aqui estou eu: eu me sinto melhor de verdade, pela primeira vez. Eu me sinto como se estivesse dando os primeiros passos para a vida... eu ainda não sei andar direito e preciso de ajuda para isso, eu estou com medo, ansiosa, mas eu estou tentando e eu sei que de vez em quando eu vou cair mas eu não quero desistir, eu quero conhecer essa estranha que está dentro de mim.
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