Sintomas e tratamentos
A recaída... e o tamanho da minha força!
Eu tive uma recaída muito grave neste final de semana, inclusive além de uma crise de fúria e um quase suicídio, eu terminei a noite me mutilando, com os braços todos cortados, numa tentativa infrutífera de parar a dor emocional. Eu não conseguia me conformar que fiquei tão perto da morte, eu vi seus olhos profundos e senti seu hálito gelado enquanto segurava aquele tesoura em volta do meu pescoço. Eu senti a morte saindo de dentro de mim e me dizendo que ainda não era a hora. Eu paralisei, enquanto chorava litros de lágrimas corrosivas enquanto ouvia como num sonho os gritos do meu marido para que eu não tirasse a minha vida.
Eu não conseguia escutar nada além dos meus pensamentos distorcidos de que morrer era a única solução definitiva. Eu chegava no fundo do poço. Eu caí e caí feio sobre o meu próprio destino. Mas alguma coisa me fez voltar a minha consciência, eu larguei a tesoura e me coloquei a pensar no que estava fazendo. Eu não queria morrer, eu queria que a dor acabasse. Minha mente estava enlouquecida, furiosa e perdida, mas no meio de todo aquele furacão também vi uma menina frágil esperando carinho e atenção de que precisava. E só havia uma pessoa que poderia curá-la: eu mesma.
Mesmo com dores, cortes, raiva de mim mesma, frustração e o velho sentimento de fracasso, eu me levantei no dia seguinte e decidi que lutaria outra vez e quantas vezes fosse necessário. Uma doença não vai me vencer, eu vou vencê-la e ela será apenas uma memória no mínimo interessante para contar aos meus filhos ou primos. Eu reconheci que era uma pessoa forte e minha história de vida só confirmava que eu fiz de tudo para estar viva agora, então... porque eu queria morrer?
Eu não estou feliz, não aconteceu nenhum milagre, eu não estou curada, mas como eu disse no post anterior são traços de melhora que ficam cada vez mais fortes. Eu me sinto mais distante da doença e mais perto da cura que os médicos dizem não existir. Só que eu acredito no impossível. Eu vi pessoas se curarem e é nelas que me inspiro todos os dias quando penso que sou minha doença. Não, eu não sou. A minha doença é apenas uma não convidada que chegou para bagunçar a vitalidade da minha mente, mas está chegando a hora de expulsá-la. A única pergunta que não cala é: de onde vem tanta força?
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