Sintomas e tratamentos

Minha experiência com a meditação ativa Mandala

Quem acompanha o blog sabe que faz quatro semanas que estou fazendo um curso para aprender oito técnicas de meditação ativa. Até agora aprendi a meditação Kundalini, No Mind e Dinâmica. Ontem aprendemos a técnica Mandala. Para quem não sabe, segundo estudo do psiquiatra Dr. Carl Jung, a mandala é uma expressão do Self e tem profundos significados na nossa vida, mas isso fica para outro post. O que é importa é que essa meditação promove o foco e o centramento, ou seja, ela vai fazer surgir naturalmente o seu centro de força.

O conceito é muito bonito, a meditação é fácil de fazer, porém, eu não me dei bem com ela. Acho que ela não deveria ser indicada para borderlines em início de tratamento ou que estejam trocando a medicação. O borderline não tem muito senso de "eu", portanto como ele vai encontrar o centro de si mesmo? Eu fui sentindo como se eu não tivesse centro, e estivesse espalhando pela sala. Eu não era mais eu e sim milhões de falsos "eus" que me bombardeavam com imagens confusas sobre o passado, o futuro e as loucuras.

Enquanto eu estava com os pés no chão me sentia firme, forte e decidida, após desapoiar os pés e ter de ficar em posição de lótus e depois deitada, meu senso de realidade começou a se alterar. Eu não sabia mais se eu tinha um corpo, onde ele estava, quem eu era e o que eu fazia ali. Eu comecei a ter uma sensação estranha de vazio, como se eu estivesse em todos os lugares, menos presente. Foi uma sensação de perda total da conexão comigo mesma. Já não sabia mais onde eu começava, nem onde eu terminava.

Depois expliquei para a terapeuta o que aconteceu e ela fez uma técnica chamada grounding ou aterramento, que tem a finalidade de te colocar "de volta" no seu corpo, e aí pouco a pouco a minha mente parou de se desesperar e eu pude ir embora. A noite tive diversos sonhos confusos e pesados, como se todo conteúdo inconsciente submergisse de uma vez só, me confundindo.

Importante afirmar que não estou mais me sentindo mal. Estou bem, mas não posso fazer essa técnica novamente, ela não funciona para mim, e eu tenho uma intuição de que é porque eu tenho "borderline" e "bipolaridade", o que faz com que achar meu "centro" seja mais difícil do que para quem tem outros distúrbios. De modo algum me sinto mal por ter falhado ou "fracassado", eu tentei, tive uma experiência e foi ruim, mas não posso dizer para você não fazer, talvez você se sinta melhor do que eu, talvez pior, isso é muito pessoal. E, mais uma vez, não façam sozinhos, isso mexe mesmo com nossa mente!

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